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sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Mãe-mulher ou mulher-mãe ?

Por Gabrielle Faria

Quando  você dedica  tempo a seu filho e o que importa de verdade é a quantidade ou qualidade deste convívio?
e ou qualidade deste convívio¿ Qual o tempo que sobra pra ser mulher e como não  anular os sonhos pessoais e profissionais? Como não sentir culpa em ser mãe e não poder estar sempre presente?
As mulheres que são mães e que estão cada vez mais cedo no mercado de trabalho, são cada vez mais sobre carregadas com tarefas que exigem disposição, animo e tempo. São cobradas pela sociedade – e, as vezes, por si mesmas -a perfeição da criação.

E é o que as tornam o ponto central e foco de todo um contexto que exige, e muito de paciência e ponderação. Ter alguém pra cuidar e dedicar-se a algo que você queria muito acompanhar em tempo integral é, muitas vezes, frustrante e por isso questões como essas assombram, nós, as mães.

Mãe mulher ou mulher mãe, tão difícil definir o que é mais importante e se é que existe importância na ordem. Outro dia li uma frase que me chamou muita atenção “Antes de ser mãe eu fui e ainda sou mulher”, claro que na hora aquilo me despertou e me fez ver as coisas por um lado diferente com “um quê” de egoísmo ou talvez simplesmente o desejo de ser mulher. A sobre carga depositada em nós é tão intensa que muitas vezes temos a sensação de abrir mão de cuidados e vontades próprias para dedicar a um filho, ou simplesmente os sufocamos de atenção desnecessária e tiramos a sua individualidade, depositando neles os anseios mais enigmáticos que temos tanto na forma emocional e material.

Não existe culpa a ser dividida. Por mais que um homem faça o papel de pai e divida tudo com a mulher ele nunca será uma mãe. Nós carregamos, amparamos, cuidamos, não dormimos e pensamos neles a  todo o momento. Quando se tem uma criação baseada no apego, a relação entre mãe e filho é perfeita e isso independe se a mãe está em casa o dia todo ou está em um escritório longe da cria. A culpa não se divide porque ela não deveria existir na verdade. São apenas sentimentos de medos por um possível erro que nem chegou a acontecer.
Não tem formula certa, nem medidas precisas. O tempo é a resposta pra todas as perguntas e a chave que abre todas as portas é o amor, que se tem a vida gerada.


 Então como experiência de mãe que trabalhou fora numa escala de quase 13 horas diárias e pouco via a filha eu só tenho a dizer que : o amor, a paciência, a resiliência e o emponderamento  são a base que levo comigo depois de tanto me culpar e martirizar por não ter estado nos momentos que queria estar. Por mais que tenha tido a ausência física hoje vejo que era o certo e o melhor pra mim e para eles, então não me penalizo. Que se viva o hoje com apego e liberdade para os filhos e a nós mães mulheres ou mulheres mães.

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