“Ela mama ainda? Nossa, já vai mamar de novo? Até quando essa menina vai mamar? Mas sai leite? Credo, acho tão feio criança grande mamando. Pra que ela mama ainda? É dependência da mãe, né? Nessa idade o leite não tem mais nada. Nossa, mas ela vai ficar muito dependente desse jeito.”
Estes são alguns dos comentários que toda mãe que amamenta uma criança além do primeiro ano de idade está cansada de ouvir. É só sair de casa, a cria pedir pra mamar que começam os olhares de reprovação, curiosidade, espanto e comentários. Pra não ser injusta muitas pessoas se espantam pro ‘bem’: “Gente, que gracinha! Que coisa boa! Ah, tem que aproveitar, né, eles crescem tão rápido!”. E esses comentários arrancam sorrisos orgulhosos da boca de toda mãe. Mas seja boa ou não, a reação diante de uma criança maiorzinha ao peito sempre causa estranheza e assombro.
Estes são alguns dos comentários que toda mãe que amamenta uma criança além do primeiro ano de idade está cansada de ouvir. É só sair de casa, a cria pedir pra mamar que começam os olhares de reprovação, curiosidade, espanto e comentários. Pra não ser injusta muitas pessoas se espantam pro ‘bem’: “Gente, que gracinha! Que coisa boa! Ah, tem que aproveitar, né, eles crescem tão rápido!”. E esses comentários arrancam sorrisos orgulhosos da boca de toda mãe. Mas seja boa ou não, a reação diante de uma criança maiorzinha ao peito sempre causa estranheza e assombro.
Vivemos em uma sociedade onde a cobrança começa cedo, ainda mesmo antes de nascer. Os bebês tem hora pra nascer, hora pra mamar, hora pra sentar, engatinhar, andar, ir pra escola... Não há tempo para esperar o curso natural de desenvolvimento e paciência para esperar que a maturidade, a independência venha na hora certa, cada um a seu tempo. Essa independência gera tanta ansiedade em pais, avós, quem quer que esteja acompanhando o desenvolvimento de uma criança que muitas vezes impede que a dependência seja vivida de forma saudável e plena. Bebês são dependentes. Crianças pequenas são dependentes. E precisam ser, para assim aprenderem, aos poucos, em seu ritmo, a lidar com cada dificuldade que a vida lhes apresentar. Pois sabem que se precisarem, tem um colo, um peito onde se acalentar, onde recuperar sua confiança. O aleitamento prolongado traz a tona esse medo da dependência. Acreditam que se a criança não ‘larga do peito da mãe’ ela se tornará dependente da mesma enquanto o aleitamento existir.
Porém ao contrário do que o senso comum prega (e pasmem, muitos profissionais de saúde!) Manter o aleitamento materno até os 2 anos ou mais, respeitando o tempo natural de desmame da criança, enxergando-o como um processo fisiológico, natural e necessário permite que a criança cresça mais segura de si e independente, uma vez que a proximidade com a mãe a torna segura emocionalmente.
Sobre o leite ‘virar água’ ou não ter mais função após os 6 meses, ou 1 ano de idade, é outra afirmação totalmente infundada. Sabe-se que após o primeiro ano de vida o leite materno continua oferecer nutrientes de forma significativa à criança:
- 95% Vitamina C
-45% Vitamina A
-38% Proteínas
- 31% Gorduras
Continuar amamentando constitui uma forte prevenção contra obesidade na infância e vida adulta!
Além dos componentes nutricionais, o leite materno é uma importante fonte de fatores imunológicos. Sabe-se que os fatores de imunidade do leite materno aumentam a medida que o bebe cresce e mama mais, inclusive durante a fase de desmame. Dessa forma, crianças amamentadas de forma prolongada recebem proteção contra doenças infecciosas, metabólicas, alérgicas na infância e na vida adulta. Mesmo quando adoecidas, crianças amamentadas apresentam melhor recuperação.
Cada vez mais estudos sobre os benefícios da amamentação e amamentação prolongada são realizados, comprovando sua importância e a necessidade de apoio e incentivo. Dessa forma o aleitamento não é apenas opção, porém questão de saúde para mãe e bebe.
Cada vez mais estudos sobre os benefícios da amamentação e amamentação prolongada são realizados, comprovando sua importância e a necessidade de apoio e incentivo. Dessa forma o aleitamento não é apenas opção, porém questão de saúde para mãe e bebe.
Já passou da hora da sociedade voltar a enxergar o aleitamento materno da forma como ele é, algo fisiológico e natural, um momento de trocas, vinculo, nutrição, proteção e conforto para mãe e bebê. O momento do desmame é algo que cabe somente a mulher e sua cria, e deve acontecer no momento em que ambos percebam que estão preparados para tal, e não por pressão de terceiros (sejam familiares, desconhecidos, médicos ou qualquer outra pessoa). Muito além que vício ou mania, a amamentação prolongada garante nutrição para o corpo e para a alma.
Luciana Morais, que amamenta uma mocinha há 2 anos , 4 meses e contando e já aprendeu fazer cara de alface aos comentários desnecessários.
Luciana Morais, que amamenta uma mocinha há 2 anos , 4 meses e contando e já aprendeu fazer cara de alface aos comentários desnecessários.
Referências:
BORGES, L.S. [coordenador] Manual de aleitamento materno. Barueri, SP: Manole, 2013.
GOLDMAN,A.S. et al. Immunologic components in human milk during the second year of lactation. Acta F´aediatr Scand 1983; 722:133-34.
VICTORA, C. G. Et al. Is prolonged breastefinding associated with malnutrition? Am J Clin Nutr 1984; 39: 307- 14.
Parabéns pelo texto, o leite materno é o melhor alimento para o bebê e uma excelente forma de estabelecer o elo afetivo entre mãe e criança!
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